O trabalho “O Transporte de Águas Modais por Vórtices das Agulhas no Atlântico Sul”, de autoria de Luiz Alexandre de Araújo Guerra e Guilherme Nogueira Mill, alunos de doutorado do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ e de Afonso de Moraes Paiva, professor do mesmo programa, foi premiado em primeiro lugar na categoria poster com o Prêmio Almirante Franco, no IX OMAR-SAT, realizado em outubro de 2011. Esta é a terceira edição consecutiva em que alunos do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE são agraciados com este prêmio: Leonardo Martins Barreira obteve o segundo lugar na categoria apresentação oral em 2007 e Marcelo Rocha Toffolli o segundo lugar na categoria poster em 2009.
O OMAR-SAT - Simpósio sobre Ondas, Marés, Engenharia Oceânica e Oceanografia por Satélite, realizado a cada dois anos em Arraial do Cabo – RJ pelo Instituto de Estudos do Mar Alte Paulo Moreira, da Marinha do Brasil, vem se consolidando nos últimos anos como o principal evento nacional na área de pesquisas em oceanografia física. O Prêmio Almirante Franco, conferido aos melhores trabalhos apresentados por alunos de pós-graduação no evento, homenageia o Vice-Almirante Alberto dos Santos Franco, professor Emérito da USP, diretor do Instituto Oceanográfico da USP (1970-1974) e diretor do Bureau Hidrográfico Internacional (1962-1967), falecido em maio de 2011, e reconhecido com uma das maiores autoridades mundiais no estudo e previsão do fenômeno das marés.
O trabalho premiado analisa os chamados “vórtices das Agulhas”, porções de água no oceano com estrutura cilíndrica girando em torno de seu eixo - “rodamoinhos” oceânicos de grande escala espacial, com cerca de 300 km de diâmetro e até 1000 metros de profundidade. Até pouco tempo atrás pensava-se que estes vórtices, que se formam no sul da África e transladam pelo Atlântico Sul, desapareciam em meio ao seu trajeto pelo oceano. Os estudos realizados pelos pesquisadores da COPPE tem mostrado, porém, que algumas destas estruturas podem atingir águas brasileiras, afetando as correntes marinhas nas áreas de exploração offshore. Segundo Alexandre Guerra, aluno da COPPE e pesquisador do Cenpes/Petrobrás “a colisão de vórtices das Agulhas com a Corrente do Brasil tem impacto nos projetos de engenharia na região do pré-sal despertando, portanto, grande interesse da indústria de petróleo”. Conforme discutido no presente trabalho, estes vórtices transportam ainda águas oriundas do oceano Índico até o continente americano, com possíveis reflexos sobre o clima.